07 fevereiro 2011

Asilah - Safi


Este segundo dia ligou Asilah a Safi. Uma etapa posicional, isto é, com poucas paragens turísticas em que o propósito primordial era progredir para sul. Aliás, assim será também a etapa de amanhã.
Acordar em Marrocos não foi diferente de outras experiências anteriores. A curiosidade toma conta de nós e simplesmente não paramos de observar, de apreciar, comparar... É de facto um país, um povo e uma cultura distinta do nosso conceito ocidental. Por outro lado, orograficamente, tem muitas semelhanças com o nosso Alentejo e Algarve. Este percurso costeiro desenvolve-se numa região plana em que os campos cultivados nos recordam da importância da agricultura na economia deste país. Aliás atividade que secunda a extração de minérios e produção de fosfatos. Bom... mas o primeiro impacto é o conceito de autoestrada que difere do nosso. Por aqui são comuns os animais a pastar nas bermas da estrada e pessoas e animais a atravessá-la. Quase como se a autoestrada fosse um elemento estranho na região. Estivesse ali a mais... portanto.
As túnicas, lenços e djelabs (pitoresca túnica marroquina que alguns homens envergam) surgem em quantidade e nas mais diversas cores, a contrastar com as das construções quase sempre brancas ou em cores pastel. Burros (jericos) por aqui não estão em vias de extinção. Abundam... assim como a presença policial. Uma constante. Mas simpáticos... os policias.
Escusado será dizer que estou a adorar. Quem me conhece sabe que me entusiasmo com a novidade. A paragem em El-Jadida, antes Mazagão e antiga cidade portuguesa, foi a cereja em cima do bolo. Visitámos a Cisterna no centro da Medina (centro velho muralhado) e ainda deu tempo para comprar um lenço touareg que me pode dar jeito no deserto. Se me faltar a gasolina... Esta compra também serviu para praticar a minha capacidade negocial. Tentei regatear como é hábito e educado por estas bandas. Ele disse trois cent, eu retorqui c’est beaucoup… cent, ele, manhoso, deux cent cinquante e eu, insensato, cent cinquante... por fim ele arrematou deux cent. Se calhar enganou-me...

Daqui até Safi compara-se à Albânia. Estradas estreitas em mau estado, buracos, animais, bicicletas, crianças a acenar (acenam todas...), uma confusão dentro das localidades... Anoiteceu e fomos mais devagar, aplicando a técnica eficaz da rotação ao penúltimo,  desta vez sempre por estradas alcatroadas, até ao hotel, sofrível...
Últimos dois apontamentos. Sofri um bird trick com consequências graves... para a ave... e outro companheiro do grupo, que pediu o anonimato (LC), numa manobra de destreza conseguiu passar entre o pastor e o animal volumoso a fazerem sabe-se lá o quê no meio da estrada. Já agora, aqui também há cheiros bons e cheiros maus, mas diferentes. É Marrocos... 

2 comentários:

Unknown disse...

Peter, ainda bem que estás a gostar, essa zona de Marrocos é muito diferente em contrastes das paisagens, cores e costumes :))
Os Polícias são realmente simpáticos, nada a haver com os encontrámos na Europa de Leste né? :)
El-Jadida, é de facto muito agradável de conhecer e descobrir, as marcas deixadas pela passagem dos Portugueses nessa região :))
essa região é mesmo muito parecida, com a Albânia, recordo-mes do teu de espanto quando entrámos na Albânia :))
Um bird trick, malucas das aves :)) ainda bem que não vos aconteceu nada :)) animais volumosos na estrada, parece no Picos da Europa ou Açores :)) que raio andam a fazer no meio da estrada? :)) é Marrocos :))
Hugs para todos :))

diogo disse...

Caro Pedro, obrigado pelo blogue que me permite acompanhar à distância a vossa aventura.
Sou amigo do Luís Cabrita e ele deu-me este link.
Um abraço para ele e desejo-vos boas rectas, curvas e estradões!

Diogo Martins

Enviar um comentário