15 fevereiro 2011

Lac Rose – Toubakouta (Senegal)


Depois de uma noite bem dormida com o Mauro como companhia, imagine-se... numa cama côncava que nos forçava a resvalar para a Terra de Ninguém, por mais que nos segurássemos às bordas do colchão... aproveitámos para visitar as imediações do Lac Rose, conhecido pela sua pigmentação rosa fruto da proliferação de microrganismos num ambiente hostil, neste caso num meio extraordinariamente salgado. Publico neste post algumas fotografias que tentam projetar o que vi e ouvi... nomeadamente acerca da labuta da recolha do sal, onde homens e mulheres trabalham arduamente em condições que, digamos, elevam as minas de sal em Rio Maior a uma empresa de elevadíssima tecnologia... Nos terrenos circunjacentes ao lago rosa, agricultores senegaleses dedicam-se à agricultura para posterior envio dos produtos hortícolas para a capital do Senegal, Dakar.
Acabámos por sair relativamente tarde para mais uma etapa que, apesar de implicar poucos km, acarretava dificuldades inerentes ao péssimo estado das estradas. O termo péssimo é um enaltecimento aos trilhos que hoje percorremos, note-se... Muitas das crateras tinham dimensões onde a GS desaparecia, obrigando a que muitas vezes fosse preferível fazer longos percursos off road. Resumindo, foram quase 300 km a exigirem grandes cautelas. Ufa...




Todavia, foi uma etapa sen-sa-cio-nal. África... É muito custoso descrever... As cores, os cheiros, as gentes do Senegal, o pó vermelho, a areia, os embondeiros ou baobás, emblema nacional do Senegal, as crianças a dizerem adeus na beira da estrada, as casa típicas circulares com paredes de barro e coberturas em colmo, as temperaturas elevadas... Ingredientes que combinados resultam numa experiência obrigatória. Tem de se ver e sentir... Temos de ter o prazer de no fim do dia, no duche, ver a terra vermelha africana a desunir-se do nosso corpo... Temos de sentir a sensação de sermos bem vindos, seja onde for... no Senegal. Sentir os sorrisos, tatear as mãos, trocar abraços, impressões... Emoções desarticuladas que se aprendem a construir... em África...


Bom... mas ainda atravessámos o Rio Saloum de ferry desde Ndangane para Foundiougne, mais uma ocasião de confraternização desta feita com a tripulação... Uma grande área circundante a este rio estabelece o Parque Nacional do Delta do Saloum, onde a vida animal selvagem constitui um dos principais polos de atração. Naturalmente que aproveitámos para mais umas fotos...



Um último apontamento para mencionar o elevado trânsito, insano, que se fez notar nalguns troços devido à peregrinação, a Tivaouane, pela ocasião das celebrações e festividades em homenagem a Mohamed, o profeta...

5 comentários:

Unknown disse...

Peter,
é mesmo isso, essas sensações, cheiros, cores, sabores, paisagens, pessoas, enfim.......é ÁFRICA :))
Hugs :))

GF disse...

Descubri este blog a pouco, maravilhosa aventura, eu tenho saudades de Africa. Um dia voltarei ao meus pais de nascimento.

Unknown disse...

Boas Pedro,
Que inveja ler o teu blog, adorava estar ai. Sou um apaixonado desse continente.
O blog está espectacular. Só espero que não te canses muito, porque vai ter que voltar a Africa em Abril.
Um abraço e continuação de boa viagem.

Unknown disse...

Ah Grande Pedro, bem que tentei contactar-te por telefone. Ontem soube que estavas de viagem, disse-me a Mafalda e shoje vim ver o Blog. Continuação de boa viagem. Vou acompanhar. Abraço Nélinho.

Unknown disse...

Peter,
essa fauna e flora maravilhosa, que só mesmo sentindo na grandiosidade in locco :))
não existem palavras que descrevam essas sensações, que se fazem sentir nesse Berço da Humanidade :))
Abraços para todos :))

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