14 fevereiro 2011

Nouackchott (NKC) – St. Louis (Senegal)

Este reporte resume os dias 12 e 13 de Fevereiro, 8º e 9º dia de aventura. Devido às dificuldades de acesso à internet, não foi possível publicar o post no fim de cada dia, como habitual. África...
Escrevo o início deste post enquanto aguardamos a finalização das formalidades na fronteira de Djama, na entrada no Senegal (Sábado, 12 Fevereiro). Estes preceitos são muito demorados. Mesmo muito... Viríamos a demorar mais de quatro horas, o que até não foi mau, tendo em consideração experiências anteriores... Só depois de cada um dos participantes do Tour desembolsar cerca 100€, para além de outros valores adicionais (leia-se luvas) despendidos pela MotoXplorers, conseguimos prosseguir rumo a St. Louis. Na verdade, trata-se de uma das fronteiras mais corruptas de África e, portanto, do mundo...
Para aqui chegar percorremos uma pista de cerca de 100 km, em terra e areia, es-pe-ta-cu-lar... Este acesso cruza o Parque Natural de Diawling, onde podemos observar vida animal pouco comum. Desde javalis a uma quantidade muito variada de aves... Tivemos ainda oportunidade para reparar na notável transformação que a paisagem sofre à medida que superamos os paralelos rumo ao Senegal. Desde NKC que as localidades e lugares, cada vez mais frequentes, têm características peculiares, com construções pequenas e muito dispersas e animais domésticos à solta que pastam à beira da estrada exigindo cada vez mais cautela. O deserto, esse, vai ficando para trás. Irreversivelmente...


Mas aqui, em Djama, os minutos parecem horas... Temos tempo para tudo. A poucos metros do Rio Senegal sentimos o sopro tépido de norte que encaminha aromas do Sahel (limites do Sahara) mesclados com odores do rio fronteiriço. Ouvem-se e observam-se aves sobre as quais investigarei mais tarde. Para já, restam-me os registos fotográficos... Os locais, muito comunicativos e gentis, entretêm-me durante algum tempo, enquanto me explicam as artes piscatórias e as principais tradições Senegalesas. La conversation progride e dei por mim quase convertido ao Islão... No fim até eles concordaram que ali, em Djama, há uma paix de mourir... Ainda me seduziram a falar Olof, dialeto senegalês, mas só aprendi as palavras nangadef (bom dia) e magefirec (tudo bem)... Bebi o chá Senegalês, bem mais saboroso que o Marroquino... Aproveitei para comprar uns souvenirs e, o melhor, uma criança Senegalesa cantou... Vejam e ouçam...





Deixámos Djama. O Bou bou, traje tradicional da Mauritânia, fica definitivamente para trás... Entrávamos finalmente na África Negra. Cheira-se e sente-se... Mas a verdadeira explosão de cor e vida sobreveio na entrada de St. Louis, antiga cidade colonial Francesa fundada no século XVII. De arquitetura colonialista, consagra uma miscelânea interessantíssima de uma cidade europeia com a vivência africana. Um must...

Daqui rumámos para o Zebrabar Camping onde ficámos instalados em bungalows muito catitas, tipo palhotas, a 5 metros da praia. Fabuloso... Ainda trepámos à torre panorâmica, mesmo a tempo de apreciar o enorme pôr do sol, enquanto degustávamos o suave zumbido do vento a rasar o gargalo de uma cerveja senegalesa Gazela...

No 9º dia da aventura, domingo, ficámos em St. Louis. Dia livre de descanso, bem merecido... Aproveitámos para fazer um passeio de piroga para observarmos as aves (... e o Enrique) no seu habitat natural, já que o Zebrabar está inserido no Parque Nacional de Langue Barbarie. Os mergulhos no mar foram inevitáveis... Amanhã partiremos para uma etapa curta até Lac Rose, a cerca de 30 Km de Dakar, por pistas e asfalto... Estou a adorar África... 




3 comentários:

Unknown disse...

Peter,
fantástica descrição e experiência da vossa Aventura :))
Já vês o meu entusiasmo, quando relato essa Aventura de ir e voltar à Guiné, faz este ano 20 anos :))
ainda ´´sinto`` os cheiros e ´´vejo`` essas maravilhosas paisagens, na minha cabeça, como se ainda estivesse a viajar por África, ao olhos de um Europeu :))
Hugs :))
جيّد المغامرة

Unknown disse...

Peter,
sim senhor, gostei :))
deve ter sido assim, que os Portugueses andaram aí no Século XV :)) mas não tinham umas bermudas tão estilosas ehehheh
Hugs :))

Unknown disse...

Peter,
e o video do teu banhinho?????
vá lá publica-o, também queremos ver ehheheh
hugs :))

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